Expedition Africa 2017 – como foi esta grande aventura na África do Sul
A Expedition Africa foi mais uma das corridas de Aventura expedicionárias que participei. Perdi a conta de quantas participei nos últimos 15 anos, mas seguramente já foram mais de 30 provas com mais de 500km. A mais recente anterior a esta havia sido o campeonato mundial (ARWC) no Pantanal, em novembro de 2015. Apesar de a prova na África ter sido mais uma, sempre é uma nova e enriquecedora experiência.
A Expedition Africa, como toda expedicionária de 500km foi bastante dura. O nível das equipes também era bem elevado. Nos dias que antecederam a prova, já no hotel base da prova, percebemos que a grande maioria das equipes era formada por pessoas maduras, na faixa dos 30 a 50 anos de idade.
A recepção foi em Cape St Francis, uma pequena cidade litorânea a 100km do aeroporto de Port Elizabeth.
A organização geral muito boa. Simples em algumas coisas, mas com atenção aos atletas e ao percurso.
Na véspera da largada teve a parada, os mapas foram entregues até 1/3 da prova, os demais seriam todos ao longo do percurso. Eles deixam um mapa plotado de modelo e as equipes apenas copiam o local do PC e então traçam suas rotas.
No total, foram 18 cartas entregues ao longo da prova.
A largada foi na praia com um vento muito forte, todos correndo ainda no escuro e vendo o sol nascer na direção oposta. Já foi marcante pela beleza e dezenas de equipes enfileiradas pela costeira.
A 1a tranisção para a canoagem foi trocada de lugar em virtude das condições ruins de mar, com ondas grandes. A 1a etapa de canoagem, primeiro foi me um labirinto de um condominio , com muitos canais, até sairmos em um rio largo e subirmos contra a corrente. No percurso, cruzamos por uma prova de travessai de natação, nós subindo o rio e os atletas nadando descendo, foi legal.
Transição para um trekking curto, que ja mostrou como seria a navegação da prova, com poucas trilha e muito navegação por relevo, sem trilhas. As áreas de fazenda são fáceis de andar, mas os rasga-matos tem muito espinho, muito duro de passar. Na sequencia nova transição para canoagem curta de 15km mas com ventos de mais de 25km/h. A região produz energia eólica, então imagina o vento como é…
Fomos a para a 1a de um total de 3 etapas de bike, com 90km e 2500m de altimetria acumulada.
Chegamos no AT3 meia noite, onde decidimos dormir por conta de um dark-zone: o trekking de 50km, os 10km iniciais eram liberados, mas a partir do PC seguinte, só poderíamos caminhar a partir das 04:00 em virtude do risco de encontro com búfalos. Com isso dormimos 1:15 e partimos para o trekking. Após os 10km entramos no canyon Bavvians, famoso na região pelas suas paredes de mais de 400m de altitude. Totalmente sem trilha, caminhando nas margens do rio ou por vezes cruzando por dentro dele com agua gelada. As equipes deveriam terminar este trekking até 18:00, senão teriam de parar e só retomar no amanhecer, pelo perigo dos bufalos. Passamos deste dark-zone faltando 40min e apesar dos avisos, não vimos búfalos, apenas babuínos.
Na etapa seguinte de bike, de 100km que também teve trecho por dentro de canyon, foi onde perdemos muito tempo. Uma trilha se acabava antes de cruzar o rio, procuramos por 3h passagem sem encontrar. Decidimos fazer uma fogueira, dormir por 2h (até o fogo acabar e o frio ficar insuportável) e então seguimos, insistindo no rasga-mato com bike e então conseguimos continuar. Enfrentamos subida que a pé ja era dura, de bike foi mais ainda, mas com vista das montanhas e do mar.
Então fomos para trekking com verticais, uma tiroleza de cerca de 150m por cima de um rio, para então iniciara ultima etapa de canoagem.
Negligenciamos no clima e levamos pouca roupa de frio para canoagem (neoprene fino). Passei o maior frio da minha vida em uma etapa de canoagem. Remamos da 02:00 da manhã até 07:00, em um rio com temperatura dentro e for a na casa dos 6o C.
Ainda bem que a logistica da prova era impecável, todos os ATs funcionaram, caixas estavam la no horário, todos com água quente, café e eventualmente alguma fruta. Na sequencia um trekking em dunas de 20km, mas tinhamos de atravessar os rios gelados nadando, o que foi muito duro fazê-lo no momento mais frio do dia e com agua tão gelada.
Passamos por Jeffreys Bays, praia famosa por ser etapa do UWCT de surf, com ondas tubulares perfeitas.
Pegamos mais um set de mapas e fomos para a última etapa de bike, de 130km. Novamente iríamos virar a madrugada pedalando, onde na madrugada com frio, paramos para dormir mais 2h.
Para acabar, 49km de trekking, incluindo muita costeira e dunas. Procurar Pcs em Dunas era o mais difícil.
Chegamos ao final ao final da tarde, onde cruzamos a linha de chegada na 16a posição. A equipe foi muito bem, ainda mais considerando que um dos integrantes (Marcelo Nogueira) nunca tinha feito uma prova maior do que 150km.
A navegação também bastante exigente, mas que deu certo. Foi uma prova verdadeiramente selvagem, com belezas naturais impares.
Nivel das equipes bastante alto, todos andavam bem e ritmo constante e forte. Era dificil uma abrir da